segunda-feira, fevereiro 13

Um livro que ensina sobre as artes do amor sensual. Existe?

Você acha que seria interessante um livro que ensinasse sobre as artes do amor sensual, escrito por alguém de sucesso indiscutível com as mulheres? Se respondeu sim, preste atenção aos poemas eróticos de Amores & Arte de Amar. Lançado em agosto pela Cia. das Letras, é um clássico composto há mais de dois milênios por Publius Ovidius Naso (43 a.C./17 d.C.), poeta romano mais conhecido simplesmente por Ovídio.

Para ele, seduzir uma mulher era uma técnica que, como qualquer outra, podia ser aprendida. Assim, procurava transmitir sua experiência de conquistador, que, muito além dos três casamentos, se vangloriava de ter levado para a cama mulheres de todos os tipos: “altas ou baixas, louras ou morenas, esbeltas ou opulentas, instruídas ou ignorantes, contanto que fossem belas e não tivessem passado o sétimo lustro de vida” (ou seja, com menos de 35 anos, idade em que, segundo ele, atingiam o “mais alto grau da ciência amorosa”).

Nesses poemas, Ovídio, que se intitulava um “mestre do amor”, abordou temas atuais como padrões de beleza, ciúme, infidelidade e aborto. Também sentiu-se à vontade para opinar sobre as melhores posições sexuais, carícias e os caminhos do corpo feminino para obtenção do prazer. Seus poemas eróticos asseguraram a ele notoriedade nos salões do Império Romano, altamente liberais na busca do prazer supremo.

Em função desta, digamos, licenciosidade generalizada, fica mais difícil aceitar a versão segundo a qual a expulsão do autor de Roma, em 8 d.C., tenha sido porque ele escandalizou o imperador Augusto com algum de seus escritos. Não espere encontrar nos poemas de Ovídio expressões pornográficas ou sexo explícito: tudo ali é discreto e elegante

“Quando descobrires o ponto onde a mulher se excita ao ser tocada, não seja o pudor a impedir-te de o tocar / verás seus olhos a brilhar de fogo cintilante, como, tantas vezes, o sol reflete a luz na superfície da água / far-se-ão ouvir queixumes, farse- á ouvir um encantador sussurro e doces gemidos e palavras apropriadas ao prazer.”

O fato de as lições continuarem atuais estimula a reflexão. Afinal, vivemos na época da internet, de relacionamentos virtuais e de tudo o mais com que sonhamos há muito tempo. E, apesar disso, nesses dois milênios as alterações têm sido mais formais que de conteúdo, porque homens e mulheres não mudaram tanto assim, nem o objetivo das conquistas amorosas. A boa forma do velho Ovídio demonstra claramente que o mestre ainda é “o cara”, em investidas de sedução.

Fonte:http://180graus.com/sexo--prazer/um-livro-que-ensina-sobre-as-artes-do-amor-sensual-existe-484398.html

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